terça-feira, 17 de novembro de 2009

MOSTRA REÚNE EXPERIÊNCIAS INOVADORAS DA REDE ESTADUAL DE ENSINO

12/11/2009

Mostra reúne experiências inovadoras da rede estadual de ensino
No mês da Consciência Negra, o Polo da Liberdade, bairro mais populoso de Salvador e que constitui-se de 27 escolas, reuniu-se na 2ª Mostra de experiências bem sucedidas do núcleo de dirigentes. Sediada na Escola Parque, a mostra, que termina nesta quinta-feira (12) e durou dois dias, apresentou alguns dos trabalhos desenvolvidos por professores, muitos deles, abordando a temática afrobrasileira.
Organizada em dois ambientes, a exposição emocionou os educadores, que viram, no palco do teatro e no foyer da Escola Parque, apresentações de dança, teatro, literatura e exposição de artes plásticas. Os estudantes justificaram o valor do esforço empenhado para reduzir, sobretudo, a violência, a indisciplina e o desinteresse na escola.
Uma dessas experiências é a 1ª Mostra de Cultura Afrodescendente da Escola Estadual Celina Pinho, localizada no Curuzu. Com o tema Agora a História é outra, o trabalho ratifica a luta contra o racismo, a discriminação social, a xenofobia e outras formas de intolerância. De acordo com a professora de artes da escola, Josenita Trindade, o grande objetivo da experiência é desmistificar as ideias que os alunos, em geral, têm sobre a África.
“Nós queremos mostrar que a África é desenvolvida, porque a imagem que eles têm é que se trata de um continente onde as pessoas não têm conhecimento, não têm nenhum tipo de cultura, não sabem se relacionar. Queremos desconstruir o preconceito em relação à África”, explica Josenita, que enfatiza a força do bairro do Curuzu, sede da Fundação Ilê Ayê, no movimento negro.
Outras experiências
A Escola Estadual Suzana Imbassahy também participou da mostra com uma experiência que aborda a temática afro. Intitulada Comunidades Quilombolas, a experiência representa, com maquetes, a vida das pessoas nos quilombos. “Queríamos desmistificar a ideia de que os escravos eram pessoas violentas, mostrar que as comunidades quilombolas eram organizadas em sociedade”, diz a diretora Eliene dos Santos, ressaltando, ainda, o entusiasmo dos alunos ao conhecerem a verdadeira história do povo negro.
Segundo Eliene, a dificuldade para escolher os projetos foi grande. “Muitos trabalhos nós tínhamos a apresentar, porque nossos alunos são muito criativos”. A professora cita a Oficina de Cordel, outro projeto da escola que integra a mostra, como uma prova dessa criatividade. “O cordelista JC fez um trabalho com nossos alunos e mostrou para eles o que era um cordel, qual o seu objetivo, como é elaborado e nós mostramos o resultado”.
Eloá Lauriente, 14 anos, participa do Projeto Tempos de Artes Literárias, da Secretaria da Educação (SEC). Eloá é a vencedora do concurso de cordel organizado pela oficina e apresentou a sua composição no palco. Recitando um texto divertido sobre o São João, a menina e um grupo de amigos que encenaram a história do cordel foram aplaudidos pela plateia. “O projeto foi bom para a divulgação do colégio e para os alunos, é claro”, avalia Eloá.
Também a estudante Maria Hortência Cruz, de 12 anos, aluna da 6ª série do Centro Educacional Carneiro Ribeiro - Classe 1, fez cair lágrimas de quem assistia a sua apresentação com o grupo de Hip Hop. Hortência protagonizou um desempenho brilhante ao fazer, com movimentos, uma alusão a Michael Jackson. “Hip Hop tem quatro elementos, dança, grafite, Dj e Mc”, explica a estudante.


Fonte: Agecom - Assessoria Geral de Comunicação Social do Governo do Estado da Bahia
agecom@agecom.ba.gov.br



PROJETO “ AGORA A HISTÓRIA É OUTRA”


OBJETIVO GERAL

Implementar o ensino de História e Cultura Afro-brasileira no Ensino Fundamental e no Ensino Médio conforme a Lei 10.639/03, resgatando a identidade do povo afro-brasileiro a partir de suas raízes históricas, contribuindo, assim, para a construção de uma sociedade igualitária.

IDENTIDADE, ANCESTRALIDADE E RESISTÊNCIA

CONTEÚDOS ESPECIFICOS POR DISCIPLINA


Os sub temas abaixo, devem nortearam todas as atividades do ano letivo. Cada professor, desenvolveu outros conteúdos correlacionados a estes sub temas bem como à disciplina que atua.

LÍNGUA PORTUGUESA
 Literatura afro-brasileira;
 Influencia das línguas africanas no português do Brasil;

HISTÓRIA
 Historia da África pré-colonial
 Colonização da África
 Diáspora
 O negro no Brasil (escravidão, resistência e reafirmação)

GEOGRAFIA
 Quilombos
 Territoriedade (o negro no espaço urbano de Salvador)
 Racismo ambiental

ARTE
 A arte negra africana
 A arte afro-brasileira
 A estética afro na arte brasileira (música, dança, artes visuais)

EDUCAÇÃO FISICA
 Corporeidade (dança, luta, esporte, capoeira)
 O negro no futebol brasileiro

MATEMÁTICA
 Geometria
 Estatística

CIÊNCIAS
 Medicina natural
 Saúde
 Genética
 Diversidade
 Evolução humana
 Estética (fenótipo)
 Cosmovisão africana
 Etno-matemática/Filosofia
 Substâncias químicas
 Mumificação
 Componentes das ervas.

LINGUA ESTRANGEIRA
 Falares africanos X língua colonizadora

AÇÕES

1. Formação de professores/ comunidade escolar em educação das relações étnico-raciais e cultura africana e afro-brasileira.
2. Oficinas de máscaras (em busca da identidade).
3. Construção de um dicionário de palavras de origem africana, dicionário afriques.
4. Estrutura e estamparia em tecidos com enfoque para as diversas formas gráficas além da estética.
5. Painel com personalidades negras que se destacaram na construção da identidade.
6. Elaboração de paródias/jornal voltado para a temática.
7. Confecção de cartilha sobre ervas medicinais.

METODOLOGIA

1. Discussão de textos;
2. Exposições dialogadas;
3. Apresentações de filmes;
4. Imagens e fotografias;
5. Produções de pequenos seminários;
6. Oficinas/encenações;
7. Entrevistas e pesquisas;
8. Aula de campo (visitação a museus, Centro Histórico, exposições, parques, monumentos e pontos turísticos.


OSWALDO BARRETO FILHO
Secretário de Educação:

EDILZA MARIA DE OLIVEIRA SANTOS
Diretora

MARIA TERESA ROCHA COSTA
MÉRCIA DE CÁSSIA VIEIRA REIS
MÁRCIA LAÍS DE OLIVEIRA VIDAL
Vices-diretoras

ALCIONE ARAÚJO
JOSENITA CRISTINA TRINDADE
RAIVANE SALES
MIRIAN FIGUEREDO
GILVANDRO CRUZ
MAURIROSE RIBEIRO
Professores colaboradores

2 comentários:

Pedro Cacos disse...

ola buenas Tardes

Malu Boba disse...

Parabéns pela coragem de mudança!
Deus quer, o homem sonha, a obra nasce!
Continuem a sonhar!
Mais actos; não palavras!